Epilepsia
A epilepsia é uma doença neurológica caracterizada por uma predisposição duradoura a crises epilépticas, assim como pelas consequências neurobiológicas, sociais, cognitivas e psicológicas desta condição.
É uma doença comum, sendo diagnosticada quando há uma tendência crônica à ocorrência de crises não provocadas.
Epilepsia e crise epiléptica
É importante que se faça a diferenciação entre epilepsia e crise epiléptica (evento, pode ser único), uma vez que é a ocorrência de duas ou mais crises que estabelece o diagnóstico da doença, podendo essa ter diferentes causas, tipos e expressões clínicas.
Nesse sentido, a crise epiléptica é definida como a ocorrência transitória de sinais e/ou sintomas devido a uma atividade neuronal síncrona, ou excessiva no cérebro, podendo ser de início focal, generalizado ou, ainda, desconhecido. As crises focais relacionam-se apenas a um hemisfério cerebral, enquanto as generalizadas afetam ambos os hemisférios.
Epilepsia refratária
A persistência na frequência das crises epilépticas após o uso de pelo menos duas medicações devidamente indicadas para o tipo de epilepsia (focal ou generalizada), utilizadas em associação ou não com outras (ex.: carbamazepina, valproato de sódio, lamotrigina, topiramato, etc.), recebe a denominação de epilepsia refratária ou de difícil controle medicamentoso.
Este tipo de epilepsia está presente em 30% dos casos e após este diagnóstico, é possível fazer novas tentativas com medicações diferentes, mas é imprescindível que o paciente seja orientado quanto à possibilidade em associar um tratamento dietético (dieta cetogênica) ao medicamentoso.
Afinal, quanto mais precoce o início da dieta, maior a chance de remissão parcial ou total das crises epilépticas.
Dieta cetogênica
A dieta cetogênica clássica é rica em lipídios e pobre em carboidratos e proteínas, sendo rígida e individualmente calculada e monitorada.
Essa dieta imita o estado de jejum, de forma que o nosso organismo passa a utilizar as gorduras como fonte primária de energia a partir da oxidação de ácidos graxos. Essa via metabólica produz corpos cetônicos, os quais nomeiam a dieta.
A dieta cetogênica pode ser indicada em diferentes situações, como em pacientes com obesidade mórbida, diabetes e outras doenças metabólicas, como a deficiência de proteína transportadora de glicose-1.
Além disso, a dieta cetogênica apresenta-se como tratamento alternativo para pacientes com epilepsia refratária, sendo importante e eficaz para aqueles não candidatos à cirurgia.
Objetivo da dieta cetogênica
A dieta cetogênica visa controlar e/ou reduzir a frequência das crises epilépticas através do aumento na ingestão de alimentos fonte de gordura e redução dos alimentos fonte de carboidrato e proteína que deverão ser pesados em balança própria para alimentos, conforme orientação nutricional.
Considerando que a adaptação à dieta cetogênica, o tratamento varia entre três a quatro meses, para que então a equipe multidisciplinar discuta a viabilidade em mantê-la ou descontinuá-la.
Dentro deste cenário, caso seja indicado mantê-la, será realizada durante dois a três anos, podendo ser estendida conforme a resposta clínica do paciente.
Ao final do tratamento, a dieta será progressivamente involuída até atingir a proporção de uma dieta convencional, composta aproximadamente por 30% de gordura, 50% de carboidrato e 20% de proteína.
Conhece alguém que sofre de epilepsia refratária e ainda não conhece os benefícios da dieta cetogênica? Compartilhe este conteúdo!
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Fontes: