A Covid-19 foi descoberta em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, na China. O primeiro caso aqui no Brasil foi registrado em fevereiro do ano passado. Naquela época, tudo já era muito novo e todos tinham muitas perguntas que precisavam de respostas. Pouco se sabia a respeito de prevenção, contaminação e tratamentos.
Nos dias de hoje, ainda existem muitas dúvidas e incertezas a respeito da doença. Estudos comprovaram que o isolamento social e o uso de máscara são essenciais para barrar a transmissão do vírus. Mas será que existe algum remédio eficaz que elimina a doença?
Esse é um questionamento que ainda perdura pela sociedade! E diante da explosão de casos surgiu o chamado “kit covid” ou “tratamento precoce” como muitos conhecem. O coquetel de remédios têm medicamentos como: azitromicina, ivermectina, cloroquina, hidroxicloroquina, anticoagulantes, vitaminas…
Apesar do “kit covid” ser defendido por autoridades políticas e até mesmo distribuído em algumas cidades, não existe nenhuma comprovação científica de que os medicamentos atuem contra o coronavírus. A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) inclusive se posicionou contra esse “tratamento precoce” e ainda alertou que alguns dos medicamentos podem causar efeitos colaterais. Confira no documento oficial.
Efeitos colaterais e consequências à saúde
O desespero ou até mesmo a falta de informação fazem com que muitos brasileiros ao invés de procurar ajuda de um profissional de saúde, optem pelo tratamento precoce em casa e o pior, acabam envolvendo toda a família.
Essa escolha pode gerar graves consequências à saúde, inclusive o agravamento do quadro clínico em casos de contaminação pela Covid-19. O coquetel de remédios do “kit covid” utilizado de forma inadequada é um risco ao organismo.
Vamos lá, a ivermectina é um medicamento indicado para o tratamento de várias condições causadas por vermes ou parasitas como por exemplo: piolhos e sarnas. O uso inadequado do remédio e principalmente sem prescrição de um médico pode gerar efeitos colaterais relacionados a problemas no fígado, como a hepatite medicamentosa.
Já a hidroxicloroquina/cloroquina é usada para tratar doenças autoimunes como o lúpus, e alguns tipos de malária. Se administrada em pacientes infectados pela Covid-19 pode resultar em reações como: arritmia cardíaca grave, além de prejudicar o funcionamento do fígado. Os riscos são maiores ainda quando o medicamento é administrado junto ao antibiótico azitromicina.
Vale lembrar que cada vez mais têm surgido casos graves de Covid-19 em pessoas que fizeram o uso dos medicamentos do “kit prevenção”. Isso acontece porque alguns remédios podem esconder os efeitos da doença e retardar os sintomas mais graves do novo coronavírus.
Os únicos componentes “inofensivos” do coquetel são as vitaminas, pois os suplementos geralmente são seguros, mas não isentos de riscos. Na dúvida, não se automedique e procure um especialista.
Desta forma, como a maioria dos medicamentos do “tratamento precoce” não trazem benefício algum e são ineficazes no combate a Covid-19, a recomendação é manter todos os cuidados e medidas de prevenção enquanto durar a pandemia. Continue evitando aglomerações, utilizando máscara, higienizando as mãos e sempre que possível, mantenha o distanciamento social.
Cuidar da saúde é essencial, é o nosso bem mais precioso!
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